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Notcias na 25 de maro

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Galaxy A13 e A23 chegam ao Brasil com tela grande e câmera de 50 MP

Samsung começa a vender Galaxy A13 e Galaxy A23 com câmera quádrupla no Brasil; celulares têm recarga rápida de até 25 watts

A Samsung expandiu a sua cartela de celulares intermediários no Brasil. A companhia revelou o Galaxy A13 e o Galaxy A23, ambos com câmera quádrupla de 50 megapixels e preços abaixo de R$ 2 mil, ao público brasileiro. A dupla ainda possui tela com resolução Full HD+ e baterias com recarga de até 25 watts.

Os dois smartphones chegaram ao Brasil poucos dias após a homologação da Anatel. Os lançamentos chamam a atenção pela tela de 6,6 polegadas com resolução Full HD+ e câmera frontal de 8 MP em um notch. Mas o Galaxy A23 tem taxa de atualização de até 90 Hz enquanto o Galaxy A13 está fixado em 60 Hz.

O conjunto fotográfico quádruplo é outro destaque da dupla. Ambos contam com uma câmera principal de 50 megapixels acompanhada por outra de 5 megapixels e lente ultrawide. Também há mais dois sensores de 2 megapixels, sendo um para macro e outro para capturar a profundidade de campo.

Galaxy A23 tem recarga rápida de 25 watts
As semelhanças também aparecem na ficha técnica. As edições nacionais da dupla têm 4 GB de memória RAM e armazenamento de 128 GB, com espaço para cartão microSD. Já a bateria é de 5.000 mAh, mas o Galaxy A13 tem recarga de até 15 watts enquanto o Galaxy A23 é compatível com carregadores de até 25 watts.

A outra diferença fica pelo processador. O Galaxy A13 chega aos consumidores com o Exynos 850, um chip com oito núcleos de até 2 GHz. O Galaxy A23, por sua vez, é embalado com o Qualcomm Snapdragon 680, um componente octa-core e feito em um processo de seis nanômetros (nm).

A Samsung do Brasil não informou a versão do Android dos celulares. Mas, durante o anúncio global, a companhia afirmou que a dupla possui Android 12 com a interface One UI 4.1. Os smartphones também têm leitor de digitais e o RAM Plus, a função que expande a memória em até 4 GB graças à RAM virtual.

Preço e disponibilidade
Os dois celulares chegaram ao Brasil com quatro opções de cores: azul, branco, preto e rosé. Mas os preços sugeridos diferem, obviamente:

Galaxy A13: R$ 1.799;
Galaxy A23: R$ 1.999.
Segundo a Samsung do Brasil, as vendas dos celulares começaram nesta segunda-feira (28).

Samsung Galaxy A13 e A23 - ficha técnica

Galaxy A13 Galaxy A23
Tela TFT de 6,6 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 60 Hz TFT de 6,6 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 90 Hz
Processador Exynos 850 (octa-core de até 2 GHz) Qualcomm Snapdragon 680 (octa-core de até 2,4 GHz)
RAM 4 GB 4 GB
Armazenamento 128 GB, expansível via cartão de memória microSD de até 1 TB 128 GB, expansível via cartão de memória microSD de até 1 TB
Câmeras traseiras - principal: 50 megapixels
- ultrawide: 5 megapixels
- macro: 2 megapixels
- profundidade: 2 megapixels - principal: 50 megapixels
- ultrawide: 5 megapixels
- macro: 2 megapixels
- profundidade: 2 megapixels
Câmera frontal 8 megapixels 8 megapixels
Bateria 5.000 mAh, com recarga de 15 watts 5.000 mAh, com recarga de 25 watts
Sistema Operacional Android Android
Conectividade porta USB, entrada para fones de ouvido (3,5 mm), 4G, 3G, 2G, Wi-Fi, Bluetooth e GPS porta USB, entrada para fones de ouvido (3,5 mm), 4G, 3G, 2G, Wi-Fi, Bluetooth e GPS
Mais leitor de impressões digitais na lateral e RAM Plus leitor de impressões digitais na lateral e RAM Plus
Dimensões 165 x 76 x 8,8 mm 165,4 x 77 x 8,4 mm
Peso 192 gramas 200 gramas
Cores azul, branco, preto e rosé azul, branco, preto e rosé

(Fonte: Bruno Gall De Blasi Tecnoblog) - 28/03/2022
Brazil at Silicon Valley: Startups do Brasil são bem-vistas por investidores

Evento que reúne nos EUA empresários e startupeiros brasileiros retoma atividades presenciais e quer ampliar leque de investidores

O Brasil virou um dos lugares preferidos para os investidores estrangeiros especializados no mercado de tecnologia, graças ao sucesso de diversas startups que despontaram nos últimos anos. Além disso, o fechamento da economia chinesa, a exclusão da Rússia dos negócios internacionais e a complexidade da Índia colocam o País como opção natural entre os emergentes mundiais.

"Nesse cenário, o Brasil acaba sobrando. E esse amadurecimento do ecossistema dá certa confiança", conta ao Estadão a empreendedora carioca Iona Szkurnik, membro do conselho do evento anual Brazil at Silicon Valley, que reúne empresários do País e grandes da tecnologia no Vale do Silício, região na Califórnia conhecida por abrigar as principais companhias do setor no mundo. "O Brasil é muito bem-visto."

Como bons exemplos de investidores internacionais em atuação País, Iona cita o americano Kevin Efrusy, da Accel (que já desembolsou cheques milionários em QuintoAndar, Olist e Nuvemshop), e o taiwanês Hans Tung, da GGV (responsável por investir em Loggi, Daki e IDWall, por exemplo). Ambos são dois nomes já confirmados para a edição deste ano, que está planejada para ocorrer em 16 e 17 maio em Mountain View, cidade que abriga o Google e o Museu da História da Computação.

Desde 2019, o evento não ocorre de forma presencial, um reflexo da pandemia. De lá para cá, o mercado de inovação no Brasil amadureceu: saímos de dez unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) para os 23 atuais. Além disso, investimentos (nacionais e estrangeiros) em nossas startups saltaram de US$ 2,7 bilhões, em 2019, para o recorde de US$ 9,4 bilhões. Por fim, empresas como Nubank, Ebanx, Gympass, QuintoAndar e Loft tornaram-se pesos pesados do continente latinoamericano.

A expectativa da Brazil at Silicon Valley é acompanhar essas mudanças e trazer novos nomes que despontaram na inovação brasileira. Em edições anteriores, compareceram nomes como David Vélez (Nubank), André Street (Stone), Henrique Dubugras (Brex), Marcelo Claure (então SoftBank) e Hugo Barra (então Facebook), além de Jorge Paulo Lemann e André Esteves.

"Se a quantidade de investimentos e unicórnios aumentou, temos de acompanhar isso dando espaço para novos investidores e empreendedores que não existiam há três anos. Temos um olhar crítico ao clube do bolinha", explica Iona



Iona Szkurnik é membro do conselho da Brazil at Silicon Valley, evento anual que reúne nos EUA empresários e startupeiros brasileiros
Foto: Divulgação / Estadão

Abaixo, leia trechos da entrevista ao Estadão:

O que esperar da próxima edição do Brazil at Silicon Valley?
O evento tem o intuito de fomentar inovação e tecnologia no Brasil por meio dos melhores casos e das melhores mentes do planeta. O mundo da tecnologia é global, então queremos diminuir barreiras e levantar pontes. Vamos trazer nomes de altíssima excelência interessados de alguma forma no Brasil, como Kevin Efrusy, da Accel, e Hans Tung, da GGV. Queremos oxigenar nosso grupo de pessoas convidadas, trazendo mais diversidade, de olho nos novos investidores que já nasceram com muitos acertos. Esse pessoal merece estar no Brazil at Silicon Valley, porque eles fomentam os cheques-semente, nos quais fundos de primeira classe não investem.
O evento está de olho nos novatos do ecossistema do Brasil?
Temos um mandato de renovar a lista de convidados dos eventos. Vamos manter a maioria dos tomadores de decisões da outra vez, porque são as pessoas que têm a caneta para investimentos. Mas tem uma parcela que temos obrigação de abrir lugar, como esses investidores de segunda ordem. Sem eles, não teríamos esse celeiro de startups e unicórnios, porque são quem faz o primeiro cheque institucional nessas empresas.

O que muda diante das edições passadas?
Hoje, o ecossistema do Brasil está muito mais maduro do que há 3 anos. E estamos acompanhando essa maturidade. Se a quantidade de investimentos e unicórnios aumentou, temos de acompanhar isso dando espaço para novos investidores e empreendedores que não existiam há 3 anos. Temos um olhar crítico ao "clube do bolinha".

Como fugir desse "clube do bolinha", quando só há fundadores de startups que são homens e brancos?
Sendo intencional. Ter intenção é importante. Se o presidente é homem, temos que abrir espaço para outras pessoas falarem. Temos que sair da nossa zona de conforto. Do contrário, não vai cair no nosso colo uma realidade diferente.

Falando de pandemia, o cenário mudou muito. O setor de tecnologia está muito fortalecido. O que a crise trouxe para a inovação do Brasil?
O homo sapiens se adapta. Muitos preconceitos caíram por terra. Passamos a fazer coisas que não fazíamos antes, porque tivemos de nos adaptar por obrigação. A pandemia chegou de repente e isso aqueceu o ecossistema em todas as verticais. Por exemplo, parece que o ensino à distância e a telemedicina sempre existiram. A tecnologia foi nosso remédio durante a pandemia.

O Brasil era conhecido por ser "país das fintechs", mas agora vemos startups de outros setores despontarem. Podemos ter excelência mundial além da inovação no setor financeiro?
Não tenho a menor dúvida. O brasileiro é muito criativo. Estamos acostumados a crises e somos muito interessados e abertos. São soft skills. Costumamos ir para o exterior, bebemos daquela água, voltamos e trocamos entre a gente. O que não falta são coisas para melhorar por aqui.

O que os estrangeiros pensam do País?
O Brasil é muito bem-visto por conta desses motivos que citei. E há a mudança da política de investimentos estrangeiros da China, que é uma tendência de fechar a economia. Os dólares agora procuram outro lugar para ficar e o Brasil é um dos países mais olhados pelos fundos de investimento, ainda mais considerando que a Rússia deixou de ser uma opção (desde a guerra na Ucrânia). A Índia é muito complexa e tem proximidade com investidores da Ásia e do Oriente Médio. Nesse cenário, o Brasil acaba sobrando. E esse amadurecimento do ecossistema dá certa confiança.

Para fomentar a inovação e o empreendedorismo, o que falta ao Brasil?
Faltam políticas amigáveis para os negócios. Por exemplo, nosso sistema tributário assusta investidores. Se a gente não consegue entender, imagine para alguém de fora. Os políticos não fazem boa gestão das contas públicas e não são eficazes na aplicação das leis. Isso é algo muito nocivo para o Brasil: a falta de políticas de incentivos ao empreendedorismo. E a falta de clareza das políticas. As que existem são complicadas e nós precisávamos de outras mais incentivadoras.

Isso espanta os estrangeiros, com esse custo-Brasil?
Espanta os que não são determinados, aquele que acabou de começar e que não tem margem de erro, portanto não arrisca o Brasil. Aí é difícil não cair no clichê de que o Brasil não é para iniciantes. Porque os bons vêm para cá e fazem muito dinheiro.

(Fonte: Guilherme Guerra) - 28/03/2022
Banimento do Telegram gera polêmica e divide especialistas

Multa de R$ 100 mil para quem burlar bloqueio e punição a usuários comuns preocupam; postura do Telegram agrava situação

Controversa, sombria, adequada. Esses são alguns dos termos usados por especialistas ouvidos pelo Tecnoblog para definir, criticar e elogiar a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. Nesta sexta-feira (18), o magistrado determinou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil por não cooperar com investigações sobre fake news.


Telegram
Foto: Vitor Pádua / Tecnoblog / Tecnoblog

A decisão do ministro responde a um pedido da Polícia Federal e vem depois de várias intimações ao Telegram, todas elas sem resposta. Provedores de internet precisarão cortar o acesso ao aplicativo, e lojas de aplicativos precisarão removê-lo de suas listagens. Quem tentar burlar os bloqueios pode ser processado e multado em até R$ 100 mil.
O advogado Adriano Mendes, especialista em direito digital da Assis e Mendes, diz que a determinação tem base legal. "O Marco Civil prevê esse tipo de ação", explica ele em conversa com o Tecnoblog.

Carlos Affonso de Souza, diretor do ITS Rio, lembra que o alcance do Marco Civil está em discussão no próprio STF no momento. Os artigos do texto que tratam do tema podem gerar a suspensão das atividades de tratamento de dados, mas talvez não as atividades do aplicativo como um todo.

Até agora, os ministros Edson Fachin e Rosa Weber se manifestaram contra o uso do Marco Civil para bloquear aplicativos. Moraes seria o terceiro a votar, mas pediu vista e suspendeu o julgamento.

O advogado Fabrício da Mota Alves, sócio do Serur Advogados, diz ao Tecnoblog que a determinação é controversa. Ele explica que o texto presume que há ilegalidades no Telegram porque o aplicativo não responde às solicitações da Justiça. Portanto, há uma tentativa de georreferenciar os serviços ofertados no Brasil pela internet.

"Pelo critério usado, só podem ofertar serviços no Brasil aplicativos ou empresas que tenham sede, filial, representação ou canais de comunicação com autoridades brasileiras."Alves diz que isso é problemático. "Só aí você elimina 80%, 90% das aplicações disponíveis nas lojas oficiais, porque são de empresas que não têm condição ou interesse em ter uma representação no Brasil. São milhares de soluções e serviços".

Determinação afeta usuários comuns
Mendes se diz contrário a esse tipo de determinação. "Neste caso, o causador do dano é o Allan dos Santos e por causa dele uma série de pessoas e até negócios serão afetados", comenta. "É como cortar a água e a energia de toda a cidade porque uma casa deixou uma torneira aberta e a luz acesa, não aceitando as ordens para desligar".

As consequências para usuários "comuns" do Telegram também é um ponto ressaltado por Gustavo Rodrigues, coordenador de políticas públicas e pesquisador do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (Iris).

"Há pesquisas indicando que o Telegram está presente em mais de 50% dos smartphones do Brasil. Embora saibamos que condutas ilícitas aconteçam na plataforma, a maior parte dos usuários se vale dela para finalidades legítimas, como comunicação interpessoal, consumo de notícias e entretenimento", comenta Rodrigues em conversa com o Tecnoblog.

O pesquisador lembra que, em 2015 e 2016, o STF entendeu que o impacto do bloqueio do WhatsApp — também determinado por descumprir ordens judiciais — justificaria uma suspensão do seu bloqueio. Por isso, ele acredita que a decisão não se sustentará.

Francisco Brito Cruz, diretor do instituto de pesquisa InternetLab, diz ao Tecnoblog que a determinação abre um precedente negativo. "Por mais que estejamos falando de um caso que envolve cumprimento de ordem judicial, temos que lembrar que essa decisão tem impacto em milhões de usuários que usam o Telegram para fins legítimos", ele pondera.

Alves também acha que o bloqueio não terá a eficácia pretendida. "Os agentes criminosos, que já militam à margem da lei, portanto não estão preocupados com essa decisão, vão buscar outras ferramentas para continuar praticando suas atividades ilícitas."

A questão, porém, parece ir além disso.

Telegram adotou embate, e STF quer mandar recado
Mendes diz que a intenção do Supremo é mandar uma mensagem clara aos serviços de que, se eles não estiverem alinhados com o Judiciário, sofrerão impactos. Essa postura tem em vista as eleições deste ano, quando se espera que situações envolvendo fake news e informações tendenciosas se proliferem.

A política parece ser mesmo a senha para entender o embate entre a Justiça brasileira e o Telegram.

"O Telegram desenhou desde o início de suas operações no Brasil uma estratégia de antagonismo com o judiciário brasileiro que iria gerar consequências", explica Cruz, do InternetLab. "E a consequência chegou, politicamente falando."

"A gente tem um casamento de um Supremo atuante e polêmico de um lado, que está determinado para fazer valer o inquérito, e, do outro lado, um aplicativo irascível. Ele sequer estabeleceu um canal de resposta, mesmo que seja uma contestação, às ordens da Justiça brasileira, e daí é um barril de pólvora, e a panela destampou. É uma situação insustentável do ponto de vista político e a responsabilidade também é do Telegram que adotou essa postura."

Heloísa Massaro, diretora do InternetLab, lembra ainda que o Telegram se recusou a estabelecer um diálogo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para adotar medidas de combate a fake news, o que agravou as tensões entre o poder público e o aplicativo.

Ela destaca que o Telegram tem adotado cada vez mais ferramentas que o aproximam de uma rede social.

"Temos a instalação de funções como canais que funcionam quase como feeds de redes sociais. Apesar disso, não há uma discussão aprofundada sobre moderação de conteúdo no app", pondera.

Outros advogados defendem a postura adotada por Moraes.

Eduardo Ramires, sócio-fundador da Manesco Advogados, considera que a decisão é absolutamente legítima e fundamentada. "A medida adotada por Alexandre de Moraes é exercer os poderes republicanos nacionais para que um instrumento de comunicação responda com uma atenção à lei brasileira, à soberania e democracia do Brasil", diz o advogado em comentário enviado à reportagem.

Adib Abdouni, advogado constitucionalista e criminalista, vai nessa mesma linha. "A partir do momento em que se mostra presente o agravamento da omissão dos responsáveis pela administração da referida plataforma digital em cooperar com a Justiça, a decisão mostra-se adequada", comenta ao Tecnoblog.

Abdouni considera que a determinação ajuda a repelir a disseminação de manifestações que saiam do campo da liberdade de expressão e entrem em fake news, discursos de ódio, propaganda nazista ou venda de certificados de vacinação.

Na prática, banir Telegram é mais difícil do que parece
Bruno Bioni, diretor do Data Privacy Brasil, retoma o histórico de bloqueios de aplicativos no Brasil, como o Secret e o WhatsApp.

O Secret, caso você não se lembre dele, era um app de mensagens anônimas usado para bullying e difamação. Ele acabou proibido no Brasil -- Apple, Google e Microsoft foram obrigadas retirar o aplicativo de suas lojas.

Já o WhatsApp, entre 2015 e 2016, foi suspenso algumas vezes, com seu acesso cortado por operadoras de telefonia.

"Essa decisão [do Telegram] aprende com esse histórico de bloqueios que já existe no Brasil, porque ela combina todas essas técnicas", explica Bioni ao Tecnoblog. "Então ela tem um grau de maior efetividade frente a outros bloqueios que já existiram no Brasil."

Mendes explica que a Anatel vai determinar que os backbones dos provedores bloqueiem os IPs ligados ao Telegram. Porém, a situação pode ser mais complexa do que uma simples ordem.

"O problema é que esses IPs e servidores podem ter mais serviços compartilhados e ativos. Se a ordem for cumprida, tudo que estiver no mesmo endereço de IP ficará sem comunicação de ida e volta para os acessos do Brasil", diz o advogado.

Além disso, o próprio Telegram pode dar um jeitinho. "Se o Telegram mudar os endereços de IP ou dos servidores, automaticamente todos as mensagens voltarão a funcionar."

Cruz acha que não faz sentido pensar se o bloqueio vai "dar certo" ou "fracassar". Ele lembra que a internet é uma rede descentralizada, em que subterfúgios são comuns.

Mesmo assim, como atinge lojas de aplicativos, os downloads diários do Telegram certamente cairão, já que nem todo mundo sabe instalar um arquivo APK ou usar uma VPN.

"Estamos falando de uma situação que, na melhor das hipóteses, pode gerar uma situação de instabilidade para uma série de usuários do Telegram."

Multa para quem driblar bloqueio preocupa
Você deve se lembrar das vezes em que o WhatsApp foi bloqueado no Brasil. Souza, do ITS Rio, vê semelhanças e diferenças entre os dois casos.

"Por um lado ela repete a estratégia de atingir as lojas de aplicativos, impedindo o download do app, e também determina que empresas de conexão à Internet impeçam o acesso ao Telegram", explica Souza. "Mas por outro lado a decisão traz uma inédita sanção para os usuários que se valerem de meios tecnológicos para burlar a determinação judicial."

O texto da determinação traz o seguinte trecho:

"As pessoas naturais e jurídicas que incorrerem em condutas no sentido de utilização de subterfúgios tecnológicos para continuidade das comunicações ocorridas pelo TELEGRAM estarão sujeitas às sanções civis e criminais, na forma da lei, além de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais)".

Ou seja: quem usar VPN para entrar no Telegram poderá ser multado e processado. Mendes, porém, acha que este texto é muito genérico e dificilmente será aplicado.

Alves também não crê em punições. "Ainda que essas pessoas burlem, como você vai identificar? A VPN é feita exatamente para impedir a identificabilidade."

Mesmo assim, Cruz critica duramente essa possibilidade. Para ele, a previsão de multa é "desequilibrada", "errada" e "negativa".

"Uma coisa é você direcionar isso aos envolvidos no inquérito, que aparecem na investigação que originou a ordem judicial. A outra coisa é você, a partir de um inquérito sigiloso, que possivelmente não teria sua decisão divulgada, ordenar uma multa que pode ser aplicada e oponível a qualquer brasileiro", comenta o diretor do InternetLab. "Não me parece uma determinação proporcional. Me preocupa essa parte."

Colaboraram: Bruno Ignacio, Pedro Knoth.

(Fonte: Giovanni Santa Rosa Tecnoblog) - 21/03/2022
Energia solar no Brasil já é superior à produção de Itaipu

Potência operacional em usinas e em sistemas fotovoltaicos de médio e pequeno portes ultrapassou marca de 14 gigawatts (GW).


Foto: Agência EY / Reprodução

A produção de energia solar no Brasil já é maior do que a produzida pela Usina de Itaipu. O país alcançou, em março, a marca de 14,02 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica. Para efeitos de comparação, a Binacional Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, possui capacidade instalada de 14 GW.

Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Os números levam em consideração a soma das usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

A energia solar cresce em ritmo acelerado no país e é considerada uma das principais alternativas para a substituição da matriz energética, em todo o mundo, por fontes limpas e renováveis.

No Brasil, a energia solar já responde por uma fatia superior a 2% da matriz elétrica no país. A principal fonte é a hidrelétrica, com 65% de participação na matriz, seguida por biomassa (9% de participação), eólica (9%), gás natural (9%), carvão/derivados de petróleo (3%). Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao governo federal.

“A fonte solar ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica no país, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de mais aumentos na conta de luz para a população”, diz Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos”, completa Sauaia.

Dados da Absolar apontam que a fonte solar foi a responsável por cerca de R$ 74,6 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 420 mil empregos, desde 2012. Do ponto de vista ambiental, foram evitadas a emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

Outra vantagem é a economia no bolso do consumidor. Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, a economia a partir da conversão solar pode chegar a 90% na conta de energia elétrica.

André Flávio, diretor-executivo do setor de energia da EY, destaca o potencial da energia solar no país: “Várias indústrias ainda não migraram para esta possibilidade, o mercado residencial continua praticamente inexplorado e há muitas áreas com possibilidade de abrigarem fazendas solares”.

(Fonte: Agência EY Homework) - 21/03/2022
Mulheres na tecnologia chegam aos tão sonhados 51%

O mundo precisará de 257 anos para superar essa desigualdade de gênero no trabalho.



Franciely Charleaux
Foto: Divulgação

Há aproximadamente cinco anos fiz a migração da minha carreira de publicitária para UX (User Experience). Na época, existiam no máximo três cursos sobre este assunto no Brasil. Ninguém entendia direito o que era e o que se fazia. Hoje, após cinco anos, o número de profissionais na área de UX vem crescendo exponencialmente, mas não o suficiente para fazer frente à alta demanda do mercado. E, com isso, nossa responsabilidade social como líderes na comunidade cresce junto. Por isso é preciso refletir sobre quais valores estão sendo criados para este grupo.

De acordo com a última pesquisa realizada pelo Panorama UX, no mês abril/2021, o mercado de UX reflete fielmente a divisão de gênero do Brasil: 51% de mulheres e 49% de homens. Este número deve ser comemorado por todas nós, pois são raras as profissões em que alcançamos este feito ― ainda mais, em áreas historicamente dominadas por homens.

Mas será que isso é o suficiente? Sem dúvidas não.

Como UX sabemos que um dado isolado pode não retratar a realidade, trazendo em algumas ocasiões informações enviesadas. É necessário unir esta informação com outras, para que seja possível ter uma visão clara e realista do verdadeiro cenário no qual estamos inseridos. E é por isso que trago aqui algumas provocações:

Entrada de mulheres no mercado
Hoje a escolaridade das mulheres é superior a dos homens, representamos 60% do total de formados em universidades pelo país. Mas ainda existem alguns gaps a serem resolvidos, como por exemplo: apenas 10,7% das mulheres brasileiras estão matriculadas em cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, contra 28,6% dos homens.

Apesar de existirem alguns avanços, como na área de UX, ainda há um longo caminho pela frente.

Autoexigência feminina
Em pesquisa realizada pelo Google (“Women in Tech”), destacou-se a falta de inspiração e modelos para as mulheres trabalharem. Outro ponto levantado é a autoexigência das mulheres na hora de se candidatar a uma vaga: elas tentam 20% menos vagas que os homens, pois entendem que precisam cumprir 100% dos requisitos da vaga, enquanto os homens, se candidatam em vagas cumprindo apenas 60% dos requisitos.

Isso está fortemente ligado à nossa cultura: as mulheres foram criadas para cuidar da família e não para se arriscarem. Desde a infância, elas são estimuladas a se comportar como " uma dama": sem posicionamento político e social, priorizando a todos antes de si mesma. Esta criação produz forte influência sobre as mulheres pelo resto de suas vidas, impactando nas suas tomadas de decisões, algumas vezes impedindo de optar por benefício próprio, causando uma frustração crônica.

Mais que um trabalho, uma carreira com propósito
Representatividade e igualdade salarial, estes dois fatores são cruciais para o desenvolvimento das mulheres no mercado de trabalho. As empresas precisam entender que as mulheres, na maioria das vezes, possuem jornada dupla ou tripla.

Não se deve comparar o trabalho de dois líderes que possuem cargos equivalentes sendo um homem solteiro e sem filhos e o outro uma mulher casada com dois filhos pequenos. Na maioria das vezes, o homem pode oferecer mais tempo para se dedicar a iniciativas para a companhia e, em contrapartida, a mulher pode trazer ideias mais diversas e humanas para a empresa. Ambos devem ser valorizados, pois são complementares, formando uma equipe mais diversa.

Com a evolução da tecnologia, práticas e metodologias de trabalho, é preciso avançar na maneira que os profissionais são avaliados. Os profissionais da atualidade devem ser medidos pelo impacto que causam seu ambiente de influência e não por parâmetros clássicos de performance.

Quando vemos mulheres em cargos estratégicos ou de gestão, temos uma demonstração forte de exemplos práticos de onde outras mulheres podem chegar, e isso cria o que se chama em psicologia de Efeito Ancoragem, um viés cognitivo do ser humano de se basear em características recebidas quando está em um processo de tomada de decisão.

Assim, se uma profissional está em um ambiente de trabalho onde a representatividade é valorizada, ela irá usar isso como parâmetro para seus outros meios sociais, impactando não só a empresa, mas a sociedade em geral.

Hoje vivemos o paradoxo no mercado: enquanto a proporção de mulheres entre os profissionais qualificados continua a aumentar, as disparidades de renda persistem e poucas mulheres estão representadas em cargos gerenciais. Segundo o Fórum Econômico Mundial, no ritmo atual, o mundo precisará de 257 anos para superar essa desigualdade de gênero no trabalho.

Precisamos derrubar esta convicção e diminuir este tempo de 257 anos. É necessário focar em oportunidades para mulheres, treinar os talentos para chegar até os altos cargos e fomentar iniciativas de mentoria entre elas para prepará-las psicologicamente para esta mudança.

Mas como iremos fazer isso? O processo não é simples e nem linear, a comunidade está aprendendo em conjunto e deve trocar estes conhecimentos para acelerar a mudança. Todas nós devemos levantar as mãos para essa discussão.

Não será fácil, mas deve ser um esforço diário, pois estaremos em lugares que nunca estivemos antes e seremos muitas vezes as primeiras a estarem ali. Mas creio que juntas iremos conseguir, mudando um número de cada vez.

(*) Franciely Charleaux é Líder de Designer de Experiência do Usuário na NTT Data.

(Fonte: Franciely Charleaux * Homework) - 14/03/2022
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Sobre o Portal da 25 de Março

O Portal da 25 de Março foi lançado em 01 de janeiro de 2002, tendo como objetivo principal a divulgação de empresas e produtos comercializados na região da rua Santa Ifigênia no centro da cidade de São Paulo, focando-se principalmente em produtos voltados para a área doméstica em geral.