A Amazon introduziu uma versão do leitor eletrônico Kindle no mercado além dos Estados Unidos, em
uma manobra que ambiciona refrear o crescimento da competição de outros e-readers.
Desta forma, os downloads do Kindle poderão ser feitos no Brasil, segundo comunicado da
companhia. A compra do dispositivo, entretanto, é feita apenas pelo site da companhia, cujo
endereço é www.amazon.com. Além do Brasil,
outros cem paÃses terão acesso ao aparelho. A empresa também cortou o preço do seu leitor
eletrônico Kindle em US$ 40. Já é possÃvel reservar o aparelho no site da empresa.
As informações foram publicadas no site da companhia, e pelo diário econômico norte-americano
"The Wall Street Journal" nesta quarta-feira (7).
O movimento derruba o preço do Kindle com display de 6 polegadas para US$ 259 --mas ainda o
coloca US$ 60 mais caro que o e-reader da Sony, rival da Amazon neste mercado emergente.
As versões anteriores do Kindle estavam disponÃveis apenas nas lojas norte-americanas da Amazon,
e apenas com a capacidade de baixar livros dentro dos Estados Unidos. A nova versão "globalizada"
do produto, cujo nome é U.S. & Internacional, vem a US$ 279 e estará disponÃvel no dia 19 de
outubro. O download de livros poderá ser feito em mais de cem paÃses.
"Por anos, enviamos livros em lÃngua inglesa de lojas dos EUA para consumidores no mundo todo",
disse Steve Kessel, vice-presidente da Amazon. "Agora, a Amazon está capacitada para oferecer o
mesmo serviço com livros digitais."
Há, entretanto, algumas limitações: a maioria dos tÃtulos vendidos aos leitores internacionais
estarão disponÃveis em lÃngua inglesa. Outra se refere ao fato de que os consumidores
internacionais podem apenas escolher entre um acervo de 200 mil e-books --em oposição aos 355 mil
disponÃveis aos consumidores dos Estados Unidos.
O serviço de conexão wireless para a versão "globalizada" do Kindle também será oferecido pela
AT&T, responsável pelas conexões de celulares nos EUA.
Cerca de 3 milhões de e-readers foram vendidos nos Estados Unidos em 2009. A Amazon é a lÃder
absoluta do segmento: 60% dessas vendas foram do seu aparelho, enquanto a Sony conquistou 35% do
mercado.
O Google está vendendo um produto especial de busca para o varejo on-line, em um esforço do
gigante das buscas para obter novas fontes de receita.
O Google Commerce Search, que a empresa anunciou na quarta-feira (4), atribui ao Google um
elemento essencial para a experiência de compra em um site de varejo: a capacidade do consumidor
para localizar mercadoria.
O Google quer operar capacidades de busca para sites de varejo em seus servidores, usando um
canal de dados para os catálogos de cada grupo de varejo. Maior serviço mundial de buscas na web,
o Google tem a capacidade de realizar buscas nos catálogos do varejo com rapidez muito maior do
que a oferecida no momento por muitos desses sites, disse Nitin Mangtani, gerente de produtos de
busca para empresas do Google.
"Os varejistas me convenceram de que existia a necessidade de um produto desse tipo", disse
Mangtani, acrescentando que o desempenho lento de buscas em sites de varejo poderia enviar os
usuários a outros sites, prejudicando os Ãndices de conversão de uma loja.
Ele apontou que os varejistas também poderiam economizar em infraestrutura e manutenção, porque o
produto do Google é "em nuvem", o que significa que o software fica hospedado nas centrais de
dados do Google e não nos servidores do grupo de varejo.
O produto de busca comercial é o mais recente exemplo de expansão do Google, do negócio de busca
e publicidade na Internet para produtos de tecnologia dirigidos a clientes empresariais.
A publicidade contribuiu com 97% do faturamento de cerca de US$ 22 bilhões que o Google registrou
em 2008, mas a empresa afirma que seu software de e-mail e escritório que opera em nuvem agora
gera centenas de milhões de dólares anuais em receita. O Google expandiu a campanha publicitária
para os aplicativos que fornece no mês passado.
Van Baker, analista do Gartner, disse que um recente estudo de sua empresa constatou que poucos
dos grandes grupos de varejo planejam mudar sua tecnologia básica de comércio eletrônico.
"Não há muitos indÃcios de que mudarão", disse Baker, falando sobre a tecnologia de comércio
eletrônico em geral e não especificamente sobre funções de busca.
Estão surgindo no mercado aparelhos que trazem para produtos portáteis e viáveis o carregamento por meio da energia solar. O Blue Earth e o Samsung Solar, da Samsung, e os modelos SH 002, 934SH e 936SH, da Sharp, são exemplos disso.
Uma das explicações é que a tecnologia está ficando mais barata. Pelo menos nos Estados Unidos, os custos para a instalação de um painel solar caÃram 30% entre 1998 e 2008, segundo estudo do Lawrence Berkeley National Laboratory. Ainda de acordo com a pesquisa, os EUA estão vendo um crescimento da técnica com incentivos do governo.
Os investimentos não se restringem aos EUA. A israelense Solar Edge, por exemplo, recebeu US$ 23 milhões para dar andamento aos seus estudos na área, segundo o Cnet.
Outra tendência é cortar os incômodos fios para recarga. Um produto lançado neste mês é o Powermat ( bit.ly/tapete1), uma espécie de tapete que recarrega até três dispositivos ao mesmo tempo. Por US$ 99,99 (preço da Best Buy), o tapete recarrega aparelhos com saÃdas mÃni e micro-USB e de marcas como Apple, Samsung e LG e Nintendo.
Para Rachel Metz, da Associated Press, o Powermat tem desempenho superior ao do seu concorrente, o Duracell`s myGrid ( bit.ly/tapete2).
E se o e-mail fosse criado hoje? Com esse questionamento, o Google lançou a versão de testes do Wave, seu tão falado serviço que pretende mudar a forma como nos comunicamos na internet. A plataforma de colaboração em tempo real junta e-mail, bate-papo, compartilhamento de arquivos e ferramentas de edição colaborativa.
A ideia é que os usuários criem ondas e adicionem documentos e colaborações. A experiência de escrever um e-mail, conversar no chat e ver se tudo está fluindo corretamente muda. Tudo é múltiplo e instantâneo --depois, é claro que você se familiariza com o programa.
Se você costuma enviar mensagens para múltiplos destinatários, vai gostar do que o Wave pode fazer por você. É possÃvel que todos tenham acesso à s informações ao mesmo tempo. Por enquanto, o Wave ainda é restrito a convidados.
Segundo a empresa, o Wave é mais seguro do que o e-mail tradicional. "Isso porque o Google tem se concentrado em enfrentar questões de privacidade e segurança desde que o produto foi construÃdo, em vez de esperar para lidar com eles mais tarde", disse o gerente de produto Greg D`Alesandre.
Camiseta amarela com a inscrição "soul and jazz" e dezenas de nomes de bandas na ponta da lÃngua, o inglês Adrian Harley tem pinta de produtor musical. Vê-lo sentado à mesa de reuniões de um prédio da região da Berrini, em São Paulo, num ambiente "high tech", causa, num primeiro momento, certo ruÃdo. Falará ele de música ou tecnologia de ponta?
Harley, que havia trabalhado no Brasil com o AfroReggae, é a face de um movimento que, de fato, mistura canais. Contratado pela Nokia para cuidar de música, ele é um entre os cerca de 400 ex-funcionários da indústria fonográfica que a empresa de telecomunicações puxou para seus quadros.
Na semana passada, a Oi também contratou um egresso de gravadora. Pouco antes, havia convidado Bid, figura de proa da MPB mais moderninha, para produzir o primeiro CD da banda Sobrado 112, a ser lançada pelo selo Oi.
A "telecom", dona de dez rádios, assume que, além de vender serviços de dados e voz, quer interferir na cena musical. "Procuramos descobrir e divulgar novas bandas. Tentamos dar oportunidades, como se fôssemos uma gravadora", diz Bruno Rocha, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Oi.
"Em geral, as gravadoras demoraram para entrar na música digital. O próprio iTunes ofereceu um serviço que elas, sozinhas, não conseguiram desenvolver", avalia Rocha. "As empresas de tecnologia da informação estão acostumadas à evolução, enquanto a indústria fonográfica viu a internet, durante muito tempo, mais como ameaça do que como oportunidade." Cabe lembrar que, no Brasil, dada a vastidão da pirataria e a miudeza do mercado digital, a Apple ainda não encontrou um modelo de negócios viável para o iTunes.
O telefone toca
A entrada das teles no negócio da música se deu pelos ringtones. "É aà que começa a música para o celular", diz Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro. "E esse conteúdo já nasce pago. É também por isso que o usuário não se recusa a pagar pela música no celular."
Mas o que nasceu como toque personalizado para os aparelhos agigantou-se. E criou um novo tipo de concorrência entre operadoras e fabricantes de celular. Todos os executivos ouvidos na reportagem desfiaram longas listas de serviços musicais que vão de transmissão de shows ao vivo a lançamentos de faixas exclusivas.
"Está na hora de desmistificar a atitude das operadoras. Não somos ameaça", diz, de antemão, Carlos Roseiro, gerente de produtos e serviços da Vivo.
A empresa oferece download de música desde 2005 e, há dois anos, passou a disponibilizar as faixas por e-mail. Em 2008, teve 3 milhões de downloads. "A Ivete Sangalo foi disco de ouro graças à quantidade de aparelhos celulares vendidos."
Segundo Cláudio Vargas, diretor de Digital e Novos Negócios da Sony, as receitas vindas das teles representam mais de 70% da música digital no Brasil. O digital, por sua vez, responde por cerca de 15% do faturamento global da companhia. "E estamos numa curva de crescimento acelerada, na casa de 80% ao ano", afirma.
A principal pedra no caminho é, ainda, o preço. A Vivo, que desde agosto vende música também pelo site, chega a cobrar R$ 4,30 por uma faixa. A Oi cobra R$ 3,99 pelo que vem das grandes gravadoras e R$ 0,99 pelas músicas das bandas que apoia. "Encontramos várias resistências para baixar o preço, que têm a ver com toda a cadeia de valores, ainda muito orientada para a distribuição fÃsica", diz Roseiro. Rocha cita a base em dólar como um dos entraves para as negociações. "Se a gente esperar a indústria, não anda", afirma.
Vargas pondera que, além das gravadoras, a cadeia de custos contempla uma série de agentes, do governo às editoras, que recebem os direitos autorais. "Mas o preço, principalmente em celular, tende a baixar", diz. Cita como exemplos o modelo de assinatura que, mediante pagamento fixo, disponibiliza música à vontade e o "Comes With Music", da Nokia, que oferece 5 milhões de músicas a quem compra determinados aparelhos.
Mas o modelo de assinatura, apesar de desejado pelas operadoras, tem travas. "A gente não sabe, por exemplo, como cobrar de quem tem pré-pago. E o pré-pago representa 80% da nossa base de clientes. Só quando o pré-pago estiver incluÃdo o negócio realmente crescerá", diz Zarife, da Claro. E, ao que tudo indica, os investimentos das teles só tendem a crescer.
"A música tem representatividade na receita, mas é mais importante ainda como posicionamento. Baixar ou não música é algo que pesa na hora da compra de um aparelho", aposta a executiva da Claro.
As ofensivas musicais têm a ver também com imagem --em geral, ligada à juventude-- e fidelização de clientes. Mas não só. Apesar de, ante os bilhões arrecadados pelas teles, o dinheiro da música não ser fundamental, há cifrões a embalar essa nova estratégia. Rocha resume: "Estamos no negócio da música porque achamos que temos dinheiro para ganhar".